Vais partir naquela estrada Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada Essa flor que era amor a purê
Lembro essa manhã quando paraste no jardim Era o verão a nascer para mim
Lembro o teu sorrir e os teus cabelos a voar Era o torno de um sonho a chegar
Era a primavera em cada gesto de um olhar Nos teus olhos a cor de um moar
Nuvens de alegria e mil ventos a cantar Era a força de queremos amar
Vais partir naquela estrada Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada Essa flor que era amor a purê
Lembras a montanha que subimos a correr Quando a noite já vinha a descer
Lembras a cabana e a velha rocha junto ao mar Quando as ondas nos vinham beijar
Era o velho barco já sem remos para nadar Nossa cama salgada de amar
Tinhas no teu peito batendo uma canção Entrafeita na palma da mão
Vais partir naquela estrada Onde um dia chegaste a sorrir
Vais deixar abandonada Essa flor que era amor a purê
Foste uma viagem sem fronteira e sem país A princesa do quadro que eu fiz
Foste o meu castelo, o meu palácio de brincar Fantasia de tanto te amar
Mas é sempre assim o meu final de cada verão Pois termina com uma canção
Tempo que passou não volta mais a recordar E num carro te vejo acenar
Vais partir, vais partir, vais partir Vais partir naquela estrada
Onde um dia chegaste a sorrir Vais deixar abandonada
Vais partir, vais partir, vais partir