Era as folhas espalhadas,
muito recalcadas do correr do ano,
recolherei uma a uma, por entrecaruma,
de volta ao ramo.
Era a noite atrevoada,
que encheu,
nem chorrada,
aquela poça morta.
De repente,
Henrico,
cheio de arrefazer,
sem sete nuvens,
gota a gota.
Era de repente o rio, num sorro do pio,
a subir o monte,
a correr contra a corrente,
assim de trás para a frente, a voltar à fonte.
Um monte de cartas espalhadas,
desdesmurunando-se,
todo em castelo.
Era a linha de uma vida sendo recolhida,
de volta ao novelo.
Era aquelas coisas tontas,
as afrontas,
que eu digo e me arrependo.
A voltarem para mim, como se assim,
tivessem remendo.
E era eu,
um passarinho,
caído no milho,
à espera do fim.
E eras tu,
até que enfim,
a voltar para mim.
A voltar para mim.
E era eu,
um passarinho,
caído no milho, à espera do fim.
E eras tu,
até
que enfim,
a voltar para mim.
A voltar para mim.
E era eu,
um passarinho,
caído no milho,
à espera do fim.
E eras tu,
até
que enfim, a voltar para mim.