Alô, moçada, estou chegando aqui agora Venho vindo lá de fora e não posso demorar
Eu sou mineiro, sou caboclo impertinente O meu pai era valente, também gosto do azar
Eu sou filho de um tal de parada dura Que só anda em noites cruas, eu sou duro de roer
E agora minha gente abre ala Vou fazer chuva de bala, meia dúzia vai morrer
Aonde chego que só vejo união
Juro que não acho pão e minha orelha logo esquenta
Então eu ponho meu trinca pra estourar E grito todos vão tomar uma pinguinha com pimenta
Se por acaso alguém recusa de beber Meu sangue começa a ferver, já tô início da brincadeira
Daí em diante não se vê ninguém em pé Só vê homem e mulher misturado na poeira
Oh, regaço, esse caboclinho é perigoso demais
Eu sou mineiro lá do oeste de Minas Nem o tempo me domina, me chamo quebra-topete
Um dia desse eu surrei trinta camaradas Só na base da pernada, pontapé e telequete
Eu já fiz estrela trocar de lugar Fiz a lua apagar e o sol virar balão
Fiz tudo isso mas fiquei embaraçado Por que eu não sei o que fazer?
Pois agora estou trancado Nas grades de uma prisão