Eu vi quatro quadras soltas
À solta lá na merdada
Marreias como corda
Carreguei a espacidade
Cheguei com elas a um largo
E logo ao largo se puseram
Prontei com a família
Com os amigos que ainda eram
Viram fados, viram vírus
Viram canções de revolta
Encontraram bons amigos
E mais que uma quadra solta
Uma vi um livro chamado
Este é o livro que vos deixo
Por ver velhas amizades
Eram quadras do Aleixo
Oi, oi, oi
Há já menos que a sencolha
Oi, oi, oi
Muita gente fala e canta
Oi, oi, oi
Já se vai soltando a roda
Já se vai soltando a roda
Que nos tapava a garganta
Oi, oi, oi
Já se vai soltando a roda
Já se vai soltando a roda
Que nos tapava a garganta
Ora bem
Tinha marcado o encontro
Com as quadras soltas
Pois sim fiquei pendurado
Com o motor ali às rotas
Chegou-me e disse
Andei a cumprimentar parentes
E eu aqui a chutar moscas
Vocês são meus vintecentos
Respondei-lhe
Respondei-lhe
O meu patrãozinho
Desculpe lá essa seca
Estive a beber um copito
Com uma quadra do Zeca
E viva o Zeca
Oi, oi, oi
Disse-me um dia careca
Oi, oi, oi
Quanto uma cobra tem sede
Oi, oi, oi
Cortei-lhe logo a cabeça
Cortei-lhe logo a cabeça
Encostava-lhe à parede
Oi, oi, oi
Cortei-lhe logo a cabeça
Cortei-lhe logo a cabeça
Encostava-lhe à parede
Das restantes quadras soltas
Não tinha sequer notícia
Trigi-me a uma esquadra
Que escrevias a uma polícia
Respondeu-me
Com efeito
Nós temos aqui retida
Uma quadra sem papéis
Que encontramos na má vida
Diz-me que é uma quadra oral
Sem identificação
Uma quadra popular
Não precisa de cartão
Ai não
Ai não?
Ai não?
Se dizes que pertenço ao povo
O povo que venha cá
Que eu quero ver licença
Ou o registro e o alvará
Oi, oi, oi
Quando sei que eu sou da pobre
Oi, oi, oi
Dizendo oi-lhe ao feixeiro
Oi, oi, oi
Quando sei que eu gosto rico
Quando sei que eu gosto rico
Acho um graça o figurão
Oi, oi, oi
Quando sei que eu gosto rico
Quando sei que eu gosto rico
Acho um graça o figurão
Oi, oi, oi
Fico a quadra popular
À procura de arrestante
Quando a polícia de longe
Disse venha aqui um instante
Oi, oi, oi
Temos aqui uma outra
Não sei se você conhece
Desrespeita autoridades
E diz o que lhe apetece
Oi, oi, oi
Tenho uma rima esquisita
E palavras estrangeiras
Se bem há confusão
Entre as outras prisioneiras
Olhe, se for sua, pega já
Que é pior que a erva daninha
Olhe bem para ela sua
Olhe bem para ela
É minha
Oi, oi, oi
Nos queremos a justiça
Oi, oi, oi
Dinheiro para o inferno
Oi, oi, oi
Não esta coelhada
Não esta coelhada
E que é tudo do xerife
Oi, oi, oi
E não esta coelhada
E não esta coelhada
E que é tudo do xerife
Até ver
Até ver
Até ver