O saudoso saxofonista Obertão Magalhães, fundador da banda Black Hill, me pediu para fazer um samba para ele, para a banda.Então eu e o Aldir fizemos o samba. E o nome desse samba era Profissionalismo é Isso Aí.É aquele negócio, a barra está pesada, está difícil, o neguinho está sem grana, o outro está com dificuldade, está no SPC, está não sei onde, enfim.O sujeito pega uma placa, bota na porta e diz.Tizio Cuspe Grosso e seus irmãos, agora no ramo atacadista, convidam para um proibido.Bangu de inauguração. Então há um contra-ataque a essa situação. Coisa de malandragem.Fizemos esse samba para o Obertão, a banda Black Hill gravou lindamente, um arranjo belíssimo.Depois eu gravei esse samba no disco Bandalismo e agora no Abricórdia e Macaco a gente faz uma releitura.Em que? Em blues.Eu sempre achei o blues e o samba...muito parecidos, porque eles têm, um tem a dor e o outro tem a dor, mas balança.Vinícius de Moraes já tinha dito isso naquele samba da bênção.O samba é a tristeza que balança, ou seja, o samba tem dor, mas a dor tem lá no blues.E eles têm afinidades.E o Bandalismo, esse disco onde eu gravei o Profissionalismo é isso aí,era um disco que tinha uma situação muito parecida.Então quando eu regravei o Profissionalismo é isso aí, eu preferi fazer em blues,para explicitar essa dor da malandragem.Então vocês vão ouvir um samba, Profissionalismo é isso aí, gravado em blues,preservando a mesma malandragem.O mesmo vigor, o mesmo balanço, é como se fosse um samba, é um blues ou talvez era um blues e foi gravado em samba.Não interessa, agora vocês têm as duas opções para vocês escolherem.No Abre Código Macaco temos um blues, Profissionalismo é isso aí.