Dá mais som aí
Dá mais som aí nos fones
Hoje eu vou
Pôr as coisas aí preto no branco
Eles têm que ouvir
Têm que ouvir a verdade
Pois já lá vai metade da minha vida nisto
Um sonho antigo no qual acredito
Luto e persisto, mantenho a minha fé
Eu sei que Deus é grande
Boy, confia, foi o que eu disse ao meu irmão Alexandre
Um dia vai ser tudo nosso, meu puto
Um obrigado só não chega para eu te agradecer por tudo
Eu nunca vendi, nunca consumi, nunca fui detido
Tivesse a sorte, infelizmente, há quem não a tenha tido
Sou fruto de uma relação complicada e que deu errado
Fui criado na base da humildade
Miséria e pobreza, eu conheço essa realidade
Casas a cair de podre e paredes com umidade
A minha mãe começou a trabalhar com honra
Com 11 anos de idade
A vida não foi fácil e apesar das dificuldades
Eu sempre procurei um rumo e me mantive afastado das ruas
De tudo o que me pudesse pôr atrás das grades
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que eu canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que eu canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Já fazia uns beats, tinha uns 16 da sete
Abandonei a escola, só queria fazer rap
Uns quantos singles na TV trouxeram brilho
Atrás disso veio ódio, inveja, estria
Era eu e o Aldicelo, o banco aberto easy eats
24 por 7 focados no hustle dos beats
A tentar levar isto a sério, a tentar ajudar a FEM
Em buscar guita no Western Union e no MoneyGram
Tive umas pesadas, houve quem achasse que era dinheiro
Por ter a percepção de que não tinha nada a ver
Conhecido com o Gucci e com a Sofia Ribeiro
Mas guita sempre foi escasso, eu tinha força de vontade
Nessa altura eu vendia blogs de rifas na cidade
Para poder pagar as horas de estúdio
Gravaram no primeiro álbum que me custou um balúrdio
Só que o people fala à toa, critica tudo e comenta
Opina, especula e quando não sabe inventa boy *
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que eu canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que eu canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Preto no branco
Determinado e decidido
Para alguns eu sou um ídolo, para outros sou um vendido
Eu passei anos escondido
A ser crucificado e criticado
Sem ter feito mal a ninguém, a ser atacado
É só os dizer que eu sou soft e light
Porque eu não tenho nada a provar a ninguém
Para mim está tudo alright
E querem deixar-me na sombra e fazer de mim underrated
Manos são tóxicos como ideologias da extrema direita
Muitos deles nem são reais, estou à parte desses ruins
São desleais nas costas dos outros, eu vejo as minhas
E o que ouves também é fruto deles
Trazem hotéis sempre onde vou e de onde vim
Não ando aqui aos papéis a acordar às seis da matina
Chuva, frio e vento
O olfato meu da Marisa nos ouvidos dá-me a lente
E agarro-me ao meu talento
E luto sem receio
Tenho muito para dar e a jornada
Vai a meio
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que eu canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco
Eu ponho a minha alma e a verdade em tudo que eu canto
Nada mais nada menos, vim para pôr o preto no branco
Preto no branco
Amém.
Amém.
Amém.