Sou baiano, negro, pobre e diguei Sou cigano, feio, baixo e chinês
Nordestino ou argentino, mendigo ou indigente Idoso ou menor, carente, deficiente ou impotente
Crente ou ateu, árabe ou judeu Umbandista ou adventista, testemunha ou cartecista
Migrante ou imigrante, presidiaio ou proletário Refugiado ou desabrigado, bebado ou drogado
Alcoólatra ou viciado, desempregado ou condenado Sou muito mais que tudo isso
Sim!
Não na carne, no espírito de sódio
Lidariedade com aquele que sofre, chora e morre
Não pelo que faz ou fez
Mas pelo sentimento incontrolável de quem não compreende
Nem faz qualquer esforço pra isso
É preciso sentir na pele
Por vezes literalmente para dimensionar a loucura
De julgar o outro sem um dado objetivo
Que justifique esta postura
Não é fácil matar um leão por dia
E ser excluído pelo grau de melanina
Ou por quem você suspira
Ou pela sua conta bancária
Ou pela sua luta diária
Ou de onde vai ou vem
Ou de quem você crê não lê
Esqueça-me por um dia
Ou melhor, definitivamente
Pois o meu maior defeito é parecer diferente
Aos olhos de quem esqueceu qual é o sentido de ser gente
Eu sou muito mais que tudo isso
Sim!
Não na carne, no espírito de sódio
Lidariedade com aquele que sofre, chora e morre
Não pelo que faz ou fez
Mas pelo sentimento incontrolável de quem não compreende
Nem faz qualquer esforço pra isso
Eu sou muito mais que tudo isso
Sim!
Não na carne, no espírito de sódio
Lidariedade com aquele que sofre, chora e morre
Não pelo que faz ou fez
Mas pelo sentimento incontrolável de quem não compreende
Nem faz qualquer esforço pra isso
Qual é o sentimento incontrolável
De um coletado
Alcoólatra ou viciado