Nunca diga que não avisei
Percepcionei, falei demais
Um bimbo sem papel de paz
Papel de embrulho dos seus ideais
A avalanche de opiniões
Busca equilíbrio nas suas ações
Pra que você nunca passe
Tanto que um dia eu passei
O que cê quer com essa fé que mal mantém em pé?
Sabota, põe em marcha, reabraça o jacaré
As pernas não andam, braços fortes com a mão
Apontam o dedo pros outros, ô louco
Deselegança, ô louco
Dorme mais que a cama, come bem, bem mais que todos
Em casa um leiro, na rua um gatinho
Barraco, confusão, tensão, com os mano, pianinho
Muda o humor num piscar, dá água pro vinho
Voto fé, que é questão, missão de trocar
Ó, ideia é raro, quem não ama seu coroa, sua véia
Mas de que vale presentes de Natal e aniversário
Palavras lindas num cartão pregado no armário
Se no dia a dia é zica, xinga, grita, complica
Quando sai um alívio, sem diálogo, convívio
Provas amassadas, espalhadas pelo quarto
Advertências, bilhetes da escola relatando fatos
Fim de semana, pai, me presto a grana
Vou sair pra curtir, no teu, no bolso, uma ana
E aquele trampo do Lava Jato, rapaz, não rola
E vender água no sinal, ô pai, sai fora
Nunca diga que não avisei
Percepcionei, falei demais
Temos sim papel de paz
Papel de embrulho dos seus ideais
A avalanche de opiniões
Busca equilíbrio nas suas nações
Você nunca tá assim
Tanto que um dia eu passei
Pra entrar nos trilhos, pais e filhos, conclusão
Familiares são passageiros do mesmo vagão
Crescendo juntos como plantas crescem no jardim
Diz pra mim, diz pra Cid, disse, me disse
Estourou estopim, é o fim, sim
Tipo, te passei o melhor pra mim
Dedão no chão pra tu, moca sim pra mim
Dois hambúrgueres, avasse e queijo
Bolo especial, cebola, picles
Num pouco, gergelim, colesterol ruim
Piada no bolinho, arqueira e beijão
Chobolinha, eu sei, a grua é nóis
Passa batido, ninguém
Criação vem de berço
Mas criação também
Gandhi foi neném
Hitler também
Tá bom, tá bom, tô exagerando, né?
Então faz compra, faz café
Lava a louça, passa roupa
Fica acordado olhando toda hora, toda hora
Até as quatro da madruga
Cê sabia, cria úlcera, cria ruga
Mas tá bom, tá bom, é a idade, a vaidade
A puberdade, dormir tarde, sair tarde, chegar tarde
O dia só tem tarde
Um dia será tarde
A terra não é má
A conta que chega todo mês
É barata comparada ao que a vida vai cobrar de vocês
Mas quer saber?
No final das contas
Passa no cartão, divide em várias prestações
Só um aviso, jura é alto
E alimenta o bolso dos vilões
E alimenta o bolso dos vilões
Nunca diga que não avisei
Decepcionei, falei demais
Cumprimos sim papel de paz
Papel de embrulho dos seus ideais
A avalanche de opiniões
Busca equilíbrio nas suas ações
Pra que você nunca passe
Tudo que um dia eu passei