19, 8, 8, Luiz se fez
O rap me deu voz, eu com apenas 16
Querendo mudar o mundo, língua afiada, pique a daga
Deia forte, pesticida, nos racista que só praga
Andorinha só não faz verão se eu quero sua atenção
Então não pense que é só por ego
Vitória, solitário e seus castelo de lego
Tô fora, no coletivo sigo, é mais da hora
Simbora, primeiro vamo resgatar o respeito
Depois daquele jeito da minha grana
Tirar uma onda com quem se ama
Evitar os cana sem B.O., pode crer, bem melhor
Da classe de 02, desde 97 envolvido
Lá no ABC, em várias bancas, tava escondido
O amor por esse bang a mim fez todo sentido
Saí do trampo toda quinta e pra Olido
Espetacular, o que ali aconteceu
Testemunho ocular da cena que ali nasceu
Mano que ali cresceu
Outro que se esqueceu
Não gosta de mensagem?
Aí é um particular seu
Rap era o recorte de uma vivência
Saída da violência pra honrar nossa existência
Se um baú aberto não guardar tesouro
Proteja a casa meu parça que a rima é outra
Repopinei minha mente tipo uma fita cassete
Eu era só um adolescente, não tinha nem 17
Aposto dos acionais, vice de fãs e rap
Não sei como que tem gente que não sente o boom bap
Dentro de mim ficou, isso me transformou
E seja como for, os iludido não aguentam
E quando eu me sinto bem, eu me sinto bem

Quando eu nasci, médico disse que
Os batimentos cardíacos eram BPM 90
Quase tudo que eu ouvi é vinhado e oi me tive
Filosofia de vida, só quem é resistir
Época de ouro pra mim, sempre vai existir
Pois até hoje mantenho a essência de ser MC
Rap Nacional, musical
Rap é compromisso, é como um vídeo que destrói
É verdadeiro, vem de você
Sou eu a rap, esse é o compasso
Agora não tem mais jeito, mano é assim mesmo
Bom maluco curte rap
E o rap é que nem a China, truta
Só eu canto e não é
Eu aprendi desde pivete em respeito à caminhada
O passo a passo no trilhar da estrada
O corpo a corpo, informação urbana
Música suburbana, e hoje a vida é insana
Leandro, EQ, Jamés Ventura
Esse verso conta em pólvora
Antes é corva, rua
Por norma, chega que tá normal
Bate o reconhecimento e cola com os original
Cultura, a minha mente é um fura
Pois tá muito bom, tá bom, tá bom, tá bom, tá bom
Eu compro a pouca compostura, rua
Prazer é só sair de casa
Se reside perto da bocada, dá uma moiada
E se não tivesse o rap pela gente
Meu mestre é o audiolivro das ruas
Mas palpite vai ser daqui pra frente
Não para, não trava, só continua
A dita no pé, pede headman no headphone
A fé se mede, tete a tete no microfone
Sol e semente na mente, sente o ar quente
Do aerosol, da tinta que esfirra a ferver
Tinta e gente, conserva, deformou
Vem de 7-4, meu contrato com já assinado
A BF, meu logo unido, tipo ogro e fionda
Sonda, meu espírito veraz, divisão em 5 partes
Rap, break, DJ, grafite, conhecimento
Somando as artes, flow
Playbom, philly, fat lady, fat cap, fat boys
Mas que lindo estás
O hip hop forjou meus heróis
B-boy de marcha até Vênus
Versos pleno no veneno, o sangue no tipo em par
Chudando os ângulos de I1, triângulo, retângulo
Vandando no flow, lyrics low, rap não faço
Eu sinto, esquadrão, zona nó
Cada vez melhor no recinto
Digo que sou o melhor na rima
Eu minto, não sou o melhor
Sou o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto
Me chamaram pra resenha, shakei
Brotei da leste, fi
Onde o sol nasce, rima cortante igual bisturi
É o ápice do frenesi, na caça do tesouro
Voando tipo colibri, só desviando dos botes de sucuri
Sou naja na Somália, em Oropá aprendi
Não confunda fama com talento, malandra venha devagar
Eu temperando o papel, o som com sabor pimenta
Eu gosto, quando o clima esquenta
Fazendo meu pé de meia, sem perreco
Pegando o trajeto, sentindo o rumo cego
Engula seu mau agouro, peso nas caixas, risca DJ
De volta é época de ouro, caralho
É a trilha sonora de quem procura a vitória
Rap é o som e tem o bronze, a imaginação
Ter equilíbrio, mental, da imaginação
Rap é o som e tem o bronze, a imaginação
Você me gostar, o meu chão é o seu
Me lembro bem, quanto tempo faz
Nós ouvindo o B.O.R.C.O. Racionais
509E, pode crer, não é o Kramer
Por amor, não é o Kramer
Por M.C., não é M.C., rap não é gamer
Alto lá, quem vem lata, malucão vence
Fundamento faz ver, só lamento conexão
RJSP, foda-se o hype, a rua não é contra o Stryker
Verso na balha é o aço, tipo B.O. no freestyle
Cabaço não tem espaço, chega no sapato e braço
Pensa pra entrar no tablado, com ligações é legado
Lembro, como se fosse ontem, calça big, camisão no pé
Boot da Kicks, 105 é estação, espaço reto é perto do rec
É de quebra, alertando várias mentes, dando orgulho pra favela
Lutando por justiça e paz, longe de treta
Pra que arma sangue bom, toma papel e caneta
Leia o livro, seja esperto, foi o meu aprendizado
Quem não entende, vem julgar, é foda, chegado
Não podem ver preto juntos, que já querem encher o saco
Mas aqui o time é forte, é só olhar, ninguém é fraco
Agradeço a velha guarda, e nunca quem tá no poder
Fazendo armadilha, só pra ver o pobre morrer
Nós somos o B.O.R.C.O.
Bons tempos, bons tempos, bons templos
Contemplo, atento
Contempo, vivendo, aprendendo, ensinando e fazendo
Acontecer, agradecer, aos que pavimentaram a estrada
Que eu e você, pisamos, manas e manos, sejamos gratos
Imagine o primeiro muro grafitado
Como o primeiro rap foi gravado
Como o primeiro scratch foi inventado
O primeiro b-boy foi muito ousado
Cultura hip hop, muito obrigado
Rap nacional, musical
Bebe a compromissa como um vídeo
É verdadeiro, vem de você
Sou eu, a Rédo, e esse é o compasso
Agora não tem mais jeito, mano, é a sua vez
Bom maluco, curte rap e não prejudica-me
E o rap é que nem a China, puta só
E o gigante não é, não é, não é
Como é que ia a Galo e Dário, meu mano?
Foda-se, yeah
Um gajo já não se vê um ano
Mas estamos na pista, Nova Gaia, São Paulo
Funk é violento, estamos na luta
Garantir um sustento
Espero que esteja tudo em ordem e progresso
E que haja saúde, o verso a verso é tudo o que peço
Eu estou aqui no jogo do gato e do rato na garra
O porto está diferente, meu mano, tem macumba brava
Eu ouço sinfonias das sereias cantam ao fundo
Pedaços de maus caminhos tiram-me deste mundo
Mas estou vivo, de punhos levantados aos céus
Aniquilo falsêmesis no banco dos réus
Revistas e tape decks, minas, raps e becks
Travava o show em VHS quando eu era moleque
No mic check acolhei cedo e passei logo no teste
Correndo a city, ah, sem medo, nos freestyle e no asférico
Eu não colava na sua orelha
Mas fila grava mil raps, nas linhas não passava perto
Canetando sem breque
Em 9966 as paredes derretem
Enquanto o primo discoteca sem usar a internet
MKII no Madeirinha, só vinil nesse set
Ouvindo os bumbum do Gumbet, até que o meu ouvido seque
Cheiro de spray na rua errei, as cores abrem mil leques
Eu pulei muito e gritei rei, escutei o pivete
Pelo rap me apaixonei, agora a marcha nós mete
Pra essa cultura me entreguei e foi incrível dar um match
Essa é a história de muitos da caminhada
Que não seguem a caravana, porque a caravana passa
São personagens que iluminavam as barras
Muito além do visual, porque a rima vinha da alma
E essa luz era poética, lúcida na fonética
Única e magnética, pura, porém suja como a rua
Dura como a vida quando crua
E totalmente nua em sua estética
Só vi quem tava lá e pôde presenciar
Captar, absorver pra repassar
Alguns reproduzir e outros prelevar
E por isso eu tô aqui pra não deixar esse amor desintegrar
Não vai morrer, não, vamo deixar
Não sei porquê
E nem como explicar
Me faz viver, me transportar
Me faz sentir como se eu pudesse voar
Não tô sozinho, somos em peso
A minoria, porém de corpo denso
Palavras, instrumentos que transcendem o espaço-tempo
Já não é somente música, o rap é sentimento
Bem-vindo ao jogo
Rap é o som e tem no grau da imaginação
Ter o equilíbrio mental da imaginação
O rap é fundamental
É a trilha sonora de quem procura a vitória
Rap é o som e tem no grau da imaginação
Ter o equilíbrio mental da imaginação
O rap é fundamental
Colei cus mano pra fazer a trecking
Tronco poz que tão fazendo malefício a bique
Antes que eu te assassine é assinar o cheque
Cês vão entrar em choque quando ouve o click
A convite do Caíque eu vi em climate
A lá vão ter só pra pensar
Sem conversar, cê vai entender
Espingotim tá retidopinga
Tem peixe no anzol, valeu sol na Moringa
Itz
Ainda não acabou a hora da sini
Eles tem tanta fórmula que eu prefiro ser um
Na vida tipo BBB sem câmera e sem ação
Tente sobreviver em cena sem encenação
Atravessando BPMs
Junto de bons rimadores
São mil flows em poucas linhas
Minha vida, minhas dores
Era que nem serra pelada nos 80, nos 90
Era abundante, ideia boa nos falante
Mais mocado desse escanto
Trocar ideia é escambo, batida e rima combo
Palco nem tinha tanto, mas ninguém temia tombo
Topo era consequência de degrau em degrau
O mic aberto era esmeril, deixava a mente no grau
Vi que afiada, mente aberta, os versos vinham a milhão
Bloco pesava na mochila e foi assim construção
Quantos tão? Sem nostalgia, aqui e agora igual Gil Gomes
Do microfone aos fones, não trabalhamos com nomes
Não trabalhamos com clones, sem conversa mole
Dolly, quem não versa morre, mas nem sempre quem corre é pole
Cansei de amargo, fi, prefiro aloçar meu café
Cabeça erguida e de pé, mais confiança que fé
Graduado com louvor, grato professor
Mas sem essa ti era
Enquanto eu morro
Fogo ou dengue?
Brilha
Se informe no bagulho
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Se informe no bagulho
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Legenda por Sônia Ruberti