Quem somos dissolutos na trança dos corpos?
Quem somos nessa noite?
Por que nossa cabeça mudou de pescoço?
Quem somos nessa noite?
Mil
alucinados requebrando
Sem ânsia, nem dor, nem futuro, nem remorso
O novo *** das línguas baixou surdamente Na boca dessa noite
O leite derramado sagrou a orgia
Na boca dessa noite
Quem
rege o nosso instinto é a estrela de absinto
E à beira do abismo bebemos licor Todas,
todos,
todes
Somos cabras e bodes
Fussando uns aos outros sem ódio nem amor
Pra que o amor?
Que
as horas nos esgotem E assim, extasiados,
sem pele nem alma
Louvemos nosso totem Belo sem igual
Nosso totem Belo semideus
Hermafrodita
Que torna e retorna
Pra que tudo se repita
Somos seus escravos
Nessa dança
Na noite gostosa da doce desesperança Quem
rege o
nosso instinto é a estrela de
absinto E à beira do abismo bebemos licor
Todas, todos, todes
Somos cabras e bodes
Fussando uns aos outros sem ódio nem amor Pra que o amor?