Não chore ainda não, que eu tenho um violão e nós vamos cantar.
A felicidade aqui pode passar e ouvir, e se ela for de samba há de querer ficar.
Seu padre toca o sino que é pra todo mundo saber que a noite é criança, que o samba
é menino, e a dor é tão velha que pode morrer, olê, olê, olê, olá.
Tem samba de sobra, quem sabe samba que entre na roda que mostre um gingado, mas muito cuidado,
não vale chorar.
Não chore ainda não, que eu tenho uma razão pra você não chorar.
Amiga, me perdoa se eu insisto à toa, mas a vida é boa para quem canta.
Meu pinho toca forte que é pra todo mundo acordar, não fale da vida, nem fale da morte,
em dó da menina não deixa chorar, olê, olê, olê, olá.
Tem samba de sobra, quem sabe samba que entre na roda que mostre um gingado, mas muito cuidado,
não vale chorar.
Não chore ainda não, que eu tenho a impressão que o samba vem aí.
Porque é um samba tão imenso que eu às vezes penso que o próprio tempo vai parar pra ouvir.
Luar, espere um pouco que é pro meu samba poder chegar, eu sei que o violão está fraco,
mas a minha voz não cansou de chamar, olê, olê, olê, olá.
Tem samba de sobra, ninguém quer sambar, não há mais quem cante, não há mais lugar,
o sol chegou antes do samba chegar, quem passa nem liga, já vai trabalhar,
já vai trabalhar, e você minha amiga, já pode chorar.