De António Mafra, O Carteiro
O Carteiro não tem culpa, é sua profissão
Chegou o Carteiro, das nove para as dez
E a vizinha do lado, rapão enfiado
Chegou-se à janela, em bicos de abés
E logo gritou
Traz gato para mim
E o Carteiro que é gato, espera um bocado
Responde-lhe assim
Não, não, não, não, não
Não, não, não, trago nada
Só, só, só, só, só trago pacote da sua criada
E o seu rock desespera pelo balde que nunca vem
Vai sentindo infelizmente como faz falta o vintém
Para uns são alegrias, para outros tristezas são
O Carteiro não tem culpa, é sua profissão
Chegou o Carteiro, das nove para as dez
E a vizinha do lado, rapão enfiado
Chegou-se à janela, em bicos de abés
E logo gritou
Traz gato para mim
E o Carteiro que é gato, espera um bocado
Responde-lhe assim
Não, não, não, não, não
Não, não, não, não, trago nada
Só, só, só, só, só trago pacote da sua criada
Quando o Carteiro se atrasa
O chão se despede
E o Carteiro se atrasa
As garotas ansiosas por notícias do namoro
Para umas são alegrias, para outras tristezas são
O Carteiro não tem culpa, é sua profissão
Chegou o Carteiro, das nove para as dez
E a vizinha do lado, rapão enfiado
Chegou-se à janela, em bicos de abés
E logo gritou
Traz gato para mim
E o Carteiro que é gato, espera um bocado
Responde-lhe assim
E o Carteiro que é gato, espera um bocado
Não, não, não, não, não, não, não, não trago nada
Só, só, só, só, só trago pacote da sua criada