Levantamos com os punhos, castelo de dores
Criamos nosso próprio calabouço dos horrores
Se tornando prisioneiro de nós mesmos
Das dores, angústia, tristeza, solidão e medo
Não nascem flores se for plantado ódio
Porque é tão difícil amar nosso próximo
Tantos ensinamentos,
tão pouco aprendemos Achamos que ganhamos,
mas sempre estamos
perdendo Não vejo sorriso onde há canção das lágrimas
O amor vive em silêncio quando o ódio se declara
E vejo por aí quantos caixão descer Quantas mães chorando,
quantos filhos morrer
Por quê de tanta morte?
Por quê de tanta dor?
Por quê tão pouca paz?
Por que será que falta amor?
Por quê pouco entendemos,
pouco nos conhecemos Pouco nos amamos e aqui pouco vivemos
Jesus morreu orando por nossas vidas Mesmo assim demos risadas,
guspimento
As feridas foi espancado,
humilhado,
crucificado E por amor deu a vida pagando por nossos
pecados O sangue derramado naquela cruz
Foi por mim,
por você,
por nós Que se entregou sem reclamar
Ele foi crucificado pra salvar a
humanidade E nos livrar de nossos pecados
É lamentável ver os meus manos se matando
Um traz o buchicho e o outro acaba abraçando
Tá feito um inferno,
mais um homicida Vai tomar tiro de graça,
de graça,
perde a
vida Uma mãe, um caixão, outra mãe, na visita
Quem morreu, não volta mais, quem matou?
Tira um dia e assim se cumpre Mais uma profecia,
o amor se esfriará
Está escrito na bíblia,
Jesus Cristo morreu por todos nós,
amém?
Pois o herói dos moleque tá em cima do Amil
e Céi Enquanto os pais apoiam e acham a coisa
mais linda A filha rebolando,
mostrando suas peças íntimas
O pai que pega o filho e leva pro boteco
A mãe que pega a filha e apoia o adultério
Deus nem pensar,
nem se comenta Só de falar em orar,
no corpo bate a canseira
O mundo mudou e mudou os ensinamentos
Aquele que tive desde pequeno no berço
Minha mãe me ensinou a joelhar e orar Agradecer por tudo,
até por eu respirar
Mudou,
como mudou esse mundo Eu só queria que eles me ouvissem um segundo
Antes que seu corpo tombe furado de bala E seu sangue se espalhe,
se misturando junto
às lágrimas
O sangue derramado naquela cruz Foi por mim,
por você,
por nós
Que se entregou,
sem reclamar
Ele foi crucificado
Pra salvar a humanidade e nos livrar de nossos pecados
No fundo de uma cela tem um louco detento
Que já faz um bom tempo que tá no sofrimento
Lembranças da família e da sua velha infância
Dos tempos que vivia sem maldade e sem ganância
O pai vendia a funta na barraca da feira
A mãe saia cedo pra trampar de faxineira
Sem escutar ninguém,
ele ripava na biqueira Tava ciente que o crime não é brincadeira
Um dia um homem simples,
sem nenhuma formosura Deu um abraço nele no meio da rua
Se aproximou e falou do amor de Jesus Falou
que nossos pecados já foi pagos numa cruz
Falou dos milagres da fé,
da graça e da redenção Que Deus é misericórdia,
justiça e salvação
Mesmo sem entender direito,
ele respeitou,
se afastou e disse
Vai na paz do Senhor!
Naquele momento a semente foi semeada
Daqui pra frente começa a nova jornada
No outro dia ele acordou com um estranho sentimento
Uma angústia forte que queimava por dentro
Tomou um café no bar e teve um mau pressentimento
Descendo a viela ele sentiu o clima tenso
Seguiu firme e forte caminhando contra o vento
Os bota deu bote e arrastou pro sofrimento
Hoje ele conhece o poder das palavras
Fica lendo a bíblia durante a madrugada
Dobra o joelho no chão e através da oração
Implora por misericórdia e pede perdão
O sangue derramado naquela cruz Foi por mim,
por você,
por nós
Que se
entregou sem reclamar Ele foi crucificado pra salvar a humanidade
E nos livrar de nossos pecados