Chega o verão da minha janela, quinto andar Ouço subir no térreo daquele velho barRumor de risos e canções de outrora Umas poucas, pianolaLindas garotas, salto alto, muito batom Vem atrás de um velho beguino e de françãoVem tomar vinho branco em copos verdes Vinho fresco, vinho alegreMúsica vai, música vem E os dançarinos se enlaçamComo enlaçariam o destino Frajo instante onde o amor passaOnde o amor nasce e vumei de ponta cabeça O patrão convida a patroaOs dois esquecem que precisam trabalhar Se misturam os malandros e as coroasQue dançam sem parar em frente ao bar Há vinte anos reabriram esse caféE o conservaram igualzinho como era, é No espelho o velho bem que viuMais de dez mil namorados apaixonados Mesmo se chove, venta na rua lá foraAqui tem sol só pra ouvir a pianola Habituês, mexe a cabeça em cadênciaO ritme, cada dança O cachorro mal, deita o focinho na pata gordaE o gato branco se lambuza na pachorra Mais um vinho claro e vai-se emboraOrra voar, volto sem demora Chegou a noite e eu desci até o barPra pianola e sua música bizarra Tinha uma menina tão sozinha no balcãoEu então cheguei perto Ela sorriu, nos entendemos sem falarBem agarradas começamos a dançar Seu coração, meu coração batiam sem pararDei-lhe um beijo e deu certo Do beijo a hoje estamos juntas, a vida é boaChega o verão, sol na janela à toa E toda noite sobe até aquiLa Jolie, musique mécaniqueLegendas pela comunidade Amara.org