Meu Caro Joo
Onde a jorna castigo
E ouvimos, Joo, s palavras ocas
S promessas vs de todas as bocas
No sei se quem manda sabe que a vontade
Que mora na alma uma tempestade
Que ningum acalma
Por c nem tudo vai bem
E no h ningum que venha mudar
A vida da gente
Por c o olhar no se acende
O suor no rende
A fome a chegar
E a esperana ausente
Aqui a vida no ri
A quem s h fora de muito sangrar
A boca sustenta
A boca sustenta
Aqui a misria di
E a pobreza di
Mais do que se pensa
Meu Caro Joo
Por c vamos indo
De corpo a sangue
Sangrar olhando e sentindo
A vida que passa e deixa no rosto
O ferro do tempo a voz do desgosto
Gritada no vento
E dizem os velhos com ar batido
Que o sonho dos pobres j no faz sentido
Por isso Joo
A carta que assim
Diz da nossa gente
Do nosso destino
Passado e presente
Por c nem tudo vai bem
E no h ningum
Que venha mudar
A vida da gente
Por c o olhar no se acende
O suor no rende
A fome a chegar
E a esperana ausente
Aqui a vida no ri
A quem s h fora de muito sangrar
A boca sustenta
Aqui a misria di
E a pobreza di
Mais do que se pensa
Aqui a vida no ri
Aqui a vida no ri