Nhạc sĩ: Carlos Paredes
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A dificuldade da guitarra é a sua capacidade
de arranjar amigos para quem a toca.
Muitos dos meus maiores amigos foram arranjados através da guitarra,
como o pai sou seu exatamente o mesmo.
Talvez isto suceda com quem conserva um certo
espírito amadorístico ligado a este instrumento.
Nas minhas atividades guitarrísticas,
eu fiz alguma música para teatro.
E
fui também um dos diretores,
durante um período pequeno,
um período curto, da Sociedade de Autores.
E aqui consegui conviver com
um grande escritor,
um grande dramaturgo,
Bernardo Santareno,
a quem o Porto estreou algumas peças,
como a Promessa,
através do Teatro Experimental,
ensinada por António Pedro,
e mais recentemente uma peça,
Os Marginais e a Revolução,
levada à cena
por Seva Trupe.
Bernardo Santareno faleceu,
como sabem,
há uns anos,
há um ano e tal.
E eu fiz a música para uma das suas peças,
O António Marinheiro,
um tema musical que se repetia
durante a peça.
E lembro-me de Bernardo Santareno me contar,
entusiasmado e surpreendido,
que quando
a peça foi estreada em Peniche,
as pessoas,
os pescadores e as pessoas simples que assistiram
à peça,
portanto o povo no sentido mais sentido do termo,
tomaram partido.
Havia um
personagem tremendamente antipático,
que passou a ser ameaçado da plateia,
pelas mulheres
e, sobretudo,
matamos-te,
fazes mais mal e tal,
damos cabo de ti.
Isto,
apesar de tudo,
entusiasmou Bernardo Santareno,
que tinha a preocupação de escrever
para toda a gente.
Eu vou tocar esse tema,
o tema que foi utilizado na primeira representação da peça,
ensinada
por Costa Ferreira e aproveito para prestar uma homenagem
a este grande amigo e grande
artista que foi Bernardo Santareno.