Vinte saudação,
é com o maior prazer que tenho a honra
de anunciar a presença de grandes
rappers da nossa praça musical,
em particular a nossa cidade,
Xaxai.
Falo-vos do grupo KBM,
um dos maiores grupos de rap que temos.
E hoje no programa Visão Artística vamos abordar o seguinte tema,
estágio de rap,
Regulo, o que tens a dizer?
Obrigado pelo convite,
já faz um tempo que eu tava a espera e tenho visto esta planta
ser regada,
só não prefera muita falta de interesse dos manos que tu veneras.
Nunca teremos mudança,
até o processo não acelera,
porque eles poucos se importam com
aquilo que tu fazes.
Há segredos pra bater, não é só pular as
fases.
Já se opinha a refresco lá no Mt. Mortal
Langoufe,
que se investiga na essência,
tá só a roubar o povo.
Tu lanças jobs e jobs,
já traz-te jobs,
quem te aplaude são teus brothers,
mas poucos
eles te apoiam.
Não acreditam no teu talento,
até porque o rap não dá dinheiro.
Ninguém
compra as tuas obras sem ter um empreiteiro.
Atenção seus jornalistas, é sério o que
eu te digo,
nessa estrada do rap game aqui ninguém é teu amigo,
o que se acha é o
telão que chega,
é telão que segue,
é telão que foquele.
Se Deus te ajuda, que é madruga,
vai tá com o shenga lá no galfo que ele.
Se gaza é o melhor, quem está pronto pra
apoiar?
Tu tens os primeiros passos no empresário pra alavancar.
Tua carreira, tua imagem, nem
muito bem,
muito bem,
acabamos de ver aqui a grande intervenção do Régulo Júnior,
de facto o hip-hop tem sofrido grandes alterações
e isto bate de frente com a cultura moçambicana
e como já havia dito que para esse programa
Visão Artística trago comigo o grupo KBM,
vou passar a palavra ao Rap 10 Mil,
tenha bondade.
Dada a situação atual do nosso rap moça,
tanta coisa negativa que acontece,
oh my god
só estás,
os bonecos Mickey Mouse que pegam o microfone,
dizem rap não tem sauce,
venda
sua alma só por canto medical,
sem um pau manda o xerral,
tal,
se chacal,
já fiquei
um bom tempo analisando este mercado,
que não sou poço,
ao contrário,
o mercado está
minado,
ultimamente o nosso rap moça está desanimado,
as nossas rimas só não fluem
como fluiam no passado,
eram rimas organizadas,
temperadas com vitamina,
antes George Floyd
ser mudo pra aquele racista,
antes Cabo Delgado ser invadido pelos extremistas,
sou a máquina
do tempo contra o rap atual,
onde o rap é cena de escofres,
aplaudido como tal,
ainda
mais são dados oportunidade nas TVs para
envergonhar a cultura até que o estrangeiro
provente,
no meu ponto de vista tinha que se
investir na originalidade e deixar de lado
o ser criatividade,
que importam cenas americanas até
iangolanas e deixam de investir na cultura
moçambicana, eu sou 10 mil, anotei a minha dica.
Depois de ouvir ambas partes,
há que se levar em conta que o movimento precisa mesmo de
alguns ajustes,
mas calma aí,
para além de reclamar é preciso mostrar trabalho,
no
vosso ponto de vista,
o que pode estar a fazer para o desenvolvimento do rap e ser aceito
na praça como qualquer estilo?
Em primeiro,
investir numa editora,
só assim podemos abrangir o mundo fora,
não classifico
o que eu sou,
mas pelo que valho,
e não me venho como barreira colega de trabalho,
ando
preparado para enfrentar obstáculos e fique relaxado,
vem aí o nosso legado,
enquanto
os manos cada praça continua lambendo bota,
será difícil para o anônimo de abater as
portas,
em troca de menino de fama,
o resto não importa,
vamos embora,
é chegada a hora,
o dia está duro,
mas ok,
deixa estar,
porque estamos a levitar,
de mãos dadas nós dois,
claro,
vamos alcançar,
bato o meu peito,
com toda razão,
só assim podemos enaltecer
a nossa nação.
Assim termina este débu de conversa com os
grandes rappers da nossa praça musical em
particular,
na nossa cidade,
xaxa e falvos do grupo KBM no programa visão artística,
eu sou Carlos Jungmel,
saudações.