Foste como quem me armasseUma emboscadaAo sentir-me desatentoDando aquilo em que me deiFoste como quem me urdisUma ciladaVim-me com tão pouca coisaDepois do que tanto ameiResgatei o teu sorrisoQuatro vezes foi precisoPor não precisares de mimE depois quando dormiasFiz de conta que fugiasE que eu não ficava assimNesta dor em que me vejoDe nos ver quase ao fimFoste como quem lançasseAs armadilhasQue se lançam aos amantesQuando amar foi coisa em vãoFoste como quem vestisseAs mascarilhasDas embustas que se atramamAo cair da escuridãoResgatei o teu carinhoQuatro vezes fiz o ninhoNum beiral do teu jardimE depois já em cuidadoVi no espelho do passadoA tua imagem de mimE esta dor em que me vejoDe nos ver quase no fimFoste como quem cumpriSua vingançaUm que guardavas às escurasUm que guardavas às escurasEsperando a sua vezFoste como quem me desseUma bonançaFracajando à tempestadeDe tão frágil que se fezResgatei o teu ciúmeQuatro vezes deitei-lumeAo teu corpo de marfimE depois como uma espadaPousei na terraQueimada o meu ramo de alecrimE esta dor em que me vejoDe nos ver quase no fimE esta dor em que me vejoDe nos ver quase no fim