♫Olha a Laurinha lá vai toda destemidaDiz que é crescida e que prescinde dos conselhos de paiOlha ela lá vai toda decididaDa hora da vida nem duvida que é por ali que vaiOlha a Laurinha à cabeça da xarangaDas raparigas do requeio do liceu onde ela anda e mandaNa dinâmica da escola não vai à bolaConcedora de história e não disfarça e fazA vida negra é criaturaÉ ditadura de quem manda só porque simOlha a Laurinha que já fuma às escondidas do paiCom a amizade de alguémAinda namora às escondidas a mãeEnquanto diz que não tem medo de nada nem ninguémVai, dança até ser diaQue a vida são dois diasE tu vais ser alguémOlha a tua mãe com o olho na novelaE o outro na panelaUm dia vais ser tão dona Laura como elaOlha a Laurinha toda cheia de cidadeSem ter idade para sequer votar na junta daquiSempre que a chamam ao quadro desatina e nada dizMas bem que opina sobre o estado a que chegou o paísOlha a Laurinha lá vai cheia de prestígioNenhum vestígio da miúda outra hora santa e singelaE a mãe dela fica à vela da janelaAinda se lembra bem do tempo em que a Laurinha era elaA fumar às escondidas do paiCom o dinheiro que alguémSubtraiu da carteira da mãeEnquanto diz ao mundo que dá de vê-la ser alguémVai, canta até ser diaQue o dia há de ser diaE tu vais ser alguémQue é tal e qual a mãeUm olho na novelaO outro na janelaUm dia vais ser tão dona Laura como elaAproveita agora que há de chegar a horaQue não poupa ninguémVais ser igual à tua mãeCom a filha pela trelaRepete essa novelaUm dia vais ser mais dona Laura do que elaLegendas pela comunidade Amara.org