E eu sigo no mesmo gingado, pilaco das calçadas
Se acumular um trocado, por quando eu morrer eu não levo nada
Desse bem material, só levo o sentimento mais real
Os teus reais, o que eu fizer é de bom
Mas eu quero é deixar mais do que saudade
Eternizar esse som em cada pico da cidade
Não sei se Deus me deu um ***, não sei se essa é a verdade
Sei que quanto mais tento, aprendo e vejo que não sei nem a metade
Me tacham de louco, o que eu faço é pouco
Se eu tiver demais, tem olho gordo, cuidado
Os olhos roxos, andarilhos sobre dilemas
Já não sei se ajudo os outros
Resolvo os meus problemas
E as calçadas tão embaçadas
Os pela, é só mancada
Sigo na mesma levada
Flipada a calçada pela madrugada
Quebrada calada, quem fala é as latas
Civil, não trata de nada
Na madrugada consumo aumenta
Playboy eu ostento, a PM se venda
Minha agorizada vira lenda
Rimando, cantando, mas eu sinto que tô despencando
De um abismo, onde o que reina é o egoísmo
Eu sei que o jogo é sujo, mesmo assim eu bato de frente
Não falo, não falo, não falo
Eu fujo, enfrento tudo isso
Mas aviso a toda essa gente
O rap é que é muito mais que compromisso
E é muito mais que compromisso
O rap pra mim é isso
Muito mais que um simples vício
Escrevo em folhas de ofício
Tudo que eu aprendi, revivi
E que o mundo é um moinho
Nos dilemas, sem problemas
Com o meu tubão de vinho
Cada rolê recordado, cada take gravado
Eu vejo que nessa vida
Eu fui iluminado pelo *** dos aliados
Mas eu não sou um homem
Mas foda, tá do meu lado
E nesse giro constante
O meu shape fica molhado
Chama aí o busão
Cartãozinho, apoia os irmão
No outro dia na concentração
Antes de ser peste e a satisfação
Total, então parceiro
Não me leve a mal
É o underground
Feito no piqueninho
Passando por cima das calçadas
Lançando só as pedrada
Com a mente engatilhada
Pronta pra qualquer parada que vier
E eu continuo de pé
Em cima do carrinho
Espalhando cultura e da rua
Fazendo um ninho
Mantendo o meu nome
Fazendo o meu legado
A cada chip quebrado
A cada trigo estourado
A cada joelho esfolado
É uma forma de aprender
Uma forma de ensinar
Skate é vida
Eu quero ver até onde eu vou andar
Eu quero ver até onde eu vou andar
E eu ando com os rap na mente
Com já esforço de gente
Copia ou entende
Faça, ao menos tente
Depende só da gente
Por isso sigo em frente
Calçada bruta, mais fraco
É quem se rende
E eu tô com os meus
Mesmo sem o pilama
Eu ando rima
Contando com Deus
Que lá de cima vê tudo
Isso aqui é um absurdo
Quem fala merda devia ser surdo
Eu errado
É o que julgo
Por isso sigo o meu rumo
E aguarde no muro
Totalmente aberturo
Com aquilo que mais me sinto seguro
O passado obscuro
Passei no futuro
Foquei no estudo
Quanto mais aprendo
Mais me sinto burro
Eu quero, eu busco
Nada te juro
Pra reação não ser um susto
Feridas eu curo
Barreiras derrubo
Se eu ainda sou o vulgo
Poeta de rua
Deixa eles falando merda
Que eu sigo
Espalhando cultura e da rua
Espalhando a minha cultura