Vontade de fazer da língua malabar
Pra girar, girar na boca do céu dela
Vontade de encontrar o veio do silêncio
Pra forjar palavras novas pros ouvidos dela
Vontade de criar garras de fera Pra sangrar,
sangrar o que nos encouraça
Vontade de me apoderar de mágicas e de técnicas
Pra multiplicar a beleza nos caminhos dela
Vontade de apurar o grão do paladar E provar,
provar o fogo do mel dela
Vontade de deixar vazar o empendimento
Pra encher de melodias os vazios dela
Vontade de ouriçar as nossas asas Pra singrar,
singrar outras atmosferas
Vontade de acariciar os átomos e moléculas
Pra realidade se abrir o meu amor por ela
Vontade dos rios que ela
ressuma Dos risos que ela ressuma,
insana,
sonâmbula
Vontade dos ritmos que convulsionam Trincam seus flancos tanto
Que ela não para de requebrar e requebrar
Cada segundo alegria que não tem fim
A vontade é assim Ela zera a voragem que vem miserar
É a vida mais viva que vive dentro de mim
Ela gera metáfora e brilha no mar
Vontade dos rios que ela ressuma Dos risos que ela ressuma,
insana,
sonâmbula
Vontade dos ritmos que convulsionam Trincam seus flancos tanto
Que ela não para de requebrar e requebrar Requebrar e requebrar
Vontade de orbitar essa mulher solar
Pra beijar, beijar a pele de sol dela
Vontade de despetalar um pirilongo Pra
alumbrar de tanto encanto as cemiteiras dela
Vontade de fazer do gozo a reza Pra assagrar,
sagrar os cantos dessa casa
Vontade de poder salvar um átimo além das décadas
Pra eternizar meu destino no destino dela
Cada segundo alegria que não tem fim
A vontade é assim