Força é reconhecer que a morte, quando escolhida É uma espécie de antever a vida, dentro da vida
É uma espécie de antever a vida, dentro da vida É parecida, só parecida, com a vida por viver
Num jardim quadrangular, à vista do oceano Pode perder-se o olhar na praia, num desengano
É humano, sobre-humano, é ter um canto a salvar De pé, meu canto, não te rendas
Saúda o mestre das ofrendas Canta, canta, coração, que o poeta só te dá o penedão
De pé, memória do futuro Há sempre a luz ao fim do escuro
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será
É bem pobre condição, render-se ao desespero E ler só morte na mão direita de antero
O que eu quero, porque eu quero, é negar a negação Há uma ausência feroz que veste a nossa mágoa
E esquecemos que é por nós que a fonte deita a água Mas eu trago assim, eu trago, é a razão da minha voz
De pé, meu canto, não te rendas Saúda o mestre das ofrendas
Canta, canta, coração, que o poeta só te dá o penedão
De pé, memória do futuro Há sempre a luz ao fim do escuro
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será
Num jardim quadrangular à vista do oceano Pode perder-se o olhar na praia do desengano
É o mar, sou eu, mar É ter um canto pra salvar
De pé, meu canto, não te rendas Saúda o mestre das ofrendas
Canta, canta, coração, que o poeta só te dá o penedão
De pé, memória do futuro Há sempre a luz ao fim do escuro
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será
Numa ilha só morre o que lá está O que conta, nunca foi, nunca será