Esse é um papo meuCom uma mina da mesma idade que euSó que ela envelheceuUm dia eu perguntei pra elaOh mina, você ainda tem um brilhoEu disse brilho nos olhosVocê ainda tá ligadaLigada nos dias de ontemQuando tudo era divinoDivino maravilhosoAgora conte-me sobre seu esposoSentado numa sala tapetadaCom ar condicionado em frente à televisãoQue sua mãe, coitadaAinda paga prestaçãoEla lhe deu quando você se formouEla lhe deu quando você se casouEla lhe deu quando você engravidouE agora mãeMãe de um louro lindo casalLevadíssimoMas você não sabe e também não entendeQue esse vazio idiota aqui te consomeE some com a tua pazQue se foi como aquela empregada radicalQue você mandou embora numa cena feiaDepois da ceia na noite de NatalSó porque ela pegou no peru do seu maridoPeru de NatalVocê ficou com o coração feridoSacou o lance num relance quando passou pela cozinhaNão, não vai dizer que a culpa é minhaMeu Deus, como você foiAh, meu Deus, como você foiEu disse meu Deus, como você foiEu disse meu Deus, como você foiCruel, cruelEsquizofrenético bluesCruel, cruelEsquizofrenético bluesNão, não vaiNão, não vai botar a culpa no destinoPor ter casado com um cretino industrialApenas para dar uma satisfaçãoÀ sociedadePois, na verdade, eras paradaNum sofista boçalNão, agora não dá maisAh, puta que pariuMeu Deus, como você foiEu disse meu Deus, como você foiCruel, cruelCruel, cruelCruel, cruelCruel, cruelCruel, cruel