Pode ser meu camarada, não quero chegar primeiro
É de rock, é de São Paulo e eu do Rio de Janeiro
Corre neguinho, corre, vê se não morre antes do amanhã
Corre neguinho, corre, na mira do revólver não tem talismã
Corre neguinho, corre, vê se não morre antes do amanhã
Corre neguinho, corre, na mira do revólver não tem talismã
Tempo difícil que semeia a terra, choros e gritos engoliram a dor
Vidas e becos colheitas de guerra, no morro dos aflitos cai um beija-flor
Sabedoria que existiu um dia, enterraram bem ao longe pra ninguém encontrar
Ditado cego da periferia, antes eles do que eu a ver a mãe chorar
Cativeiros no passado fica, cadeias no presente para o cidadão
Futuro incerto, medo Freud explica, fobia traz apretante depressão
Siga o sol, siga as estrelas, siga a luz que ilumina o seu caminhar
Siga a lua do dia primeiro, seu coração guerreiro não é de se enganar
Você precisa de uma esperança, precisa de um respiro polêgo a mais
Você precisa de um terceiro tempo, cilindro de oxigênio e não de gás
Você me entende, cê que me entende, aquela pedra no caminho tira a sua razão
Você me entende, cê que me entende, aquela pedra no caminho tira a sua razão
Me compreende, cê que cê me entende, meu preto não se rende a escuridão
Corre neguim, corre, vê se não morre antes do amanhã
Corre neguim, corre, na mira do revólver não tem talismã
Corre neguim, corre, vê se não morre antes do amanhã
Corre neguim, corre, na mira do revólver não tem talismã
Não tenha medo, a vida te espera, ser feliz é a recompensa de um lutador
Enxugue a lágrima que encarcera a consciência, a liberdade de um sonhador
Veja ao redor, veja além do que também você um dia possa alcançar
Se a vida um dia lhe trancar a porta, pule a janela e continue passos a lutar
Veja ao redor, veja além do que você um dia possa alcançar
Se a vida um dia lhe trancar a porta, pule a janela e continue passos a lutar
Corre neguim, corre, vê se não morre antes do amanhã
Corre neguim, corre, na mira do revólver não tem talismã
Corre neguim, corre, vê se não morre antes do amanhã
Corre neguim, corre, na mira do revólver não tem talismã
Aqui é justiça, aqui é Brasil, aqui os polícia, milícia e fuzil
No norte ele sofre, no sudeste ele chora, aqui ele clama por Nossa Senhora
Parentes que são, queridos que vão, doentes estão
Sem paz e razão, dois pesos e duas, medidas alheias
Cultura pra quem? Pra quem as cadeias?
O pobre que espera a morte chegar
Sem nada no mundo, só amor familiar
Bacana que sonha, realiza e vive
Vivendo blindado e cercado de Steve
César em Roma, Escobar na Colômbia
Castro em Cuba, Bin Laden me bomba
Corre neguim, neguim vai correr
De frente pra guerra, matar ou morrer
Pode correr, pode correr, se não correr tu pode crer neguim
Atividade na loja, se não você vai ser mais uma vez de maneguim
De toda essa pilantragem
Esse sistema que faz parte do esquema pode ser mais um dilema neguim
Atividade, tu é o futuro do nosso país
Mas não esqueça que a raiz é feita de verdade
Corre neguim, corre, vê se não morre antes da manhã
Corre neguim, corre, na mira do revólver não tem talismã
Vai!
Corre neguim, corre, vê se não morre antes da manhã
Corre neguim, corre, na mira do revólver não tem talismã
Corre neguim!
Na mira do revólver não tem talismã
Corre neguim!
Na mira do revólver não tem talismã
Corre neguim!
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