Foi numa tasca bizarra
De samarra e de vitava
Com devoção e fervor
Que o Chico da Mouraria
Nesse dia com mestria
Cantou o fado de nós
Depois houve desgarada
Bem cantada, improvisada
Que finou a horas mortas
E como fado não cansa
Nessa dança sem parança
Pois até fora de porta
Entre fidalgos e artistas
Guitarristas e fadistas
Estava o pão de vimioso
Para quem o Chico cantou
Tredilhou e dedicou
Um fado noivoso
Já o dia rompia
Da orgia a fidalgueia
Vinha sem sobressalto
Com o Chico da Samarra
Que era válido
E na guitarra
Para cantar no bairro alto
Era assim o fado antigo
Sem abrigo tão amigo
Quando investiu a severa
Tenho um desgosto sentido
Não ter ouvido e vivido
Um fado naquela era
Tenho um desgosto sentido
Não ter ouvido e vivido
Um fado naquela era