Na tinaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovarHoje mamãe me falouDe vovó, só de vovóDisse que no tempo delaEra bem melhorMesmo agachada na tinaE soprando no ferro de carvãoTinha-se mais amizadeE mais consideraçãoDisse que naquele tempoA palavra de um neocidadãoValia mais que hoje em diaUma nota de milhãoDisse afinal que o que é liberdadeNinguém mais hoje ligaIsso é coisa da antigaOi, na tinaNa tinaVovó lavouA roupa que mamãe vestiuQuando foi batizadaE mamãe quando era meninaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovarE mamãe quando era meninaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovarHoje o olhar de mamãeMarejou, só marejouQuando se lembrou do velhoDo meu bisavôDisse que ele foi escravoE não se entregou à escravidãoSempre vivia fugindoE arrumando confusãoDisse pra mim que essa históriaDo meu bisavô negro fujãoDevia servir de exemploA esses negros faz joãoDisse afinal que o que é liberdadeNinguém mais hoje ligaIsso é coisa da antigaOi, na tinaNa tinaNa roupa que mamãe mexeuQuando foi batizadaE mamãe quando era meninaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovarE mamãe quando era meninaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovarE mamãe quando era meninaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovarE mamãe quando era meninaTeve que passarMuita fumaça e calor no ferro de engovar