Oh, como é que é meu pai?
Oh, como é que é moro?
Está-se bem ou o quê?
Estava a precisar de falar contigo,
não me respondes.
É pá, mas tem ainda de um coxo ocupado.
O que é que se passa?
Tem acontecido umas cenas estranhas.
No outro dia,
tive-me numa situação um bocado marada.
Precisava de falar com alguém,
eu queria falar contigo.
Conta, conta, conta.
Ela ligou-me de madrugada.
Eu atendi, mas é estranho, é assim do nada.
Eu não me acanho, ela fala da noite passada.
Que ter-me visto deixou-a meio baralhada.
E sem dizer que avacada,
mas eu sei que tu namoras.
Eu quero ser santo, mas também não colaboras.
E para ser franco,
eu pensei nisto algumas horas.
Mas entretanto,
eu deixei que tu fosses embora,
porque eu sei onde moras.
Estava solteiro e para ser sincero,
eu nem tinha planos.
Então deixei que ela ditasse o caminho onde vamos.
É egoístico, há-se pés a mim contra o princípio.
Envolver-me entre o casal sou para o meu benefício.
Não sou de ferro, eu sou humano.
E doa-me,
não sou fadelo a falar sobre o estranho.
Ser o parceiro dela,
ela sente que eu fui engano.
E sente a paixão dela e do velho já hipocanto.
Então ela toca-me e foca o olhar.
Ela provoca, mas tem curvas, não dá para negar.
Diz-me ao ouvido,
está confusa,
mas quer avançar.
Saber se é tu, ou se eu sou da fase que estava.
Ou passar, que já faz duvidar.
Então ela beija-me,
puxa o cabelo,
ela fala ao ouvido.
Faz o que tu quiseres, não estou já de gemido.
Não facilita, ela puxa, eu atrevido.
E não hesita, e ela chupa, assim como o débil.
Eu te afindo, mistura e suavidade.
Meio descontrolado, mão em todo lado.
Para sentir humidade, eu queria santidade.
Mas, girl, tu és pecado, minha alma no teu rabo.
Enquanto eu morro do lábio,
ah! E ela arranha arrepiada,
pede uma palmada.
Enquanto eu paro e penso,
e não há deixar marcada.
Guia-me do sofá para a cama,
a puxar de mão dada.
Aqui ninguém evita,
nem se hesita de estar tão shitada.
Sinto cada arrepio, cada orgasmo.
Cada frio, cada unha, cada espasmo.
Gente avança,
não abranda,
mente o gás no processo.
Hoje eu ingresso, professo para o entusiasmo.
Foram minutos, pareciam segundos.
Somos graúdos, pareciamos miúdos.
No fim de tudo, conversamos desnudos.
Antes de eu ir-me embora, eu refleti sobre isto.
Então,
mas eu pensava que estavas aqui com um problema sério,
cara.
Caga nisso, cara.
A culpa não é tua.
Ah, bem, já, mas...
Então, já aconteceu isso com o Boa de Dama.
A culpa não é tua, cara.
A culpa não é tua, cara.
É ele que tem que ter problemas com isso.
Mas o Karma, cara.
Não, mas já deste, já passou.
A culpa não é tua, cara.
E o Karma, sabe que essas cenas têm retorno.
Caga nisso, não tem nada a ver.
Caga nisso.
Ok, está bem.
Mas, cara,
a gente vê-se depois, ok?
Está-se bem, está-se bem.
Estou-te a chamar, eu.
Ok, até à próxima.
Chega aqui, cara.
Oh, cara, como é que é?
Diz aí, cara.
Ele chega de imãs como Arnold Schwarzenegger.
E carrega as damas mais pesadas que as que ele carrega.
É isto, maga?
E é por isso que Hollywood te emprega.
E o entregador de pisas simplesmente entrega.
E não importa em quantas a tua cliente se esfrega ou se prega.
Chifres é o marido com o próprio colega dele.
Comece-te o teu, mas provaste um pedaço dele.
Mas se o pedaço dela agora é teu,
a culpa é dele?
Não,
a culpa é mais dela do que o minho,
digo sem ofensa.
Duas cabeças sendo intensas, há nenhuma pensa.
Ela dispensa parte dele e quer ter-me do lado.
Sou que ela é culpado por ter deixado eu ter-me aproximado.
Ah, a culpa é dela, ou melhor, a culpa é minha.
Eu adorava as dores dela e só sentia a minha.
E agora é mesmo minha esta dor que me apodria.
Descobri que ela assinou o teu nome na calcinha dela.
Arnold,
tu eras meu mano.
Não te apresentei a ela,
mas já estamos há um ano.
E já não sei se a amo ou se só amei a mim.
E não sei se ela está grávida de ti ou de mim.