Sei dos teus olhos acesos na noite
Sinais de bem despertar
Sei dos teus braços abertos a todos
Que morrem devagar
Dei do meu corpo um chicote de força
Rasei meus olhos com água
Dei do meu sangue uma espada de raiva E uma lança de magoa
Dei do meu sonho uma corda de insónias Cravei meus braços com setas
Descobri rosas,
alarguei cidades E construí poetas
Nunca,
nunca te encontrei
Na estrada
do Cafiz
Amor
que não logrei
Mas quis,
quis
Sem meu rumor inventado que um dia Teu corpo há de acender
Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer
E então nem choros,
nem medos Nem uivos,
nem gritos,
nem
Pedras, nem facas, nem fomes Nem secas, nem
Feras, nem ferros, nem farpas Nem farsas, nem
Forcas, nem cargos, nem dardos Nem terras, nem
Choros,
nem medos,
nem uivos,
nem fosas Nem feras,
nem facas, nem fomes, nem gritos, nem
Pássaros nem ama