Olha o seio do mar!
Do seio do mar jorraram miragens
Qual devaneios da cidade que dormia
Claras, futuras, arcaicas e turvas
Imagens da boca da barra ao fundo da baía
Eu quero com os olhos da pedra rever a primeira oca dos carijóis
Eu quero com voz de poeta cantar os tamoios e temiminóis
Um dia Niterói armou seus arcos contra o cara de cão
Um dia Arariboia entre os barcos viu São Sebastião
Os brancos ergueram seus marcos nos charcos do Guajupiar
E a pedra com a minha cara foi vendo desencantar-se a Guanabara
E agora vai cantar,
Baía de Janeiro Cadê as baleias que havia?
O mar aos pés do ordeiro
A praia de Santa Luzia
Cadê a enseada emoldurando em aúma?
Os rios de ramos,
a penha das águas salgadas e avenida nenhuma
Eu tô no mar do carnaval
Sob a passarela tem um
grande litoral
E quando o chão desmorona
O nosso estandarte vai cobrir e
emanjar
Teus filhos que vieram apiados no tumbeiro
Que fizeram do Valongo e da Gamboa teu terreiro
Que entraram no Reconcavo
Viraram João Cândido
Teus filhos afogados no Guandu
São brasileiros
O sangue da
refinaria deve coagular
Um dia o mangue
abraçará a bacia do rio Jequiá
Golfinhos serão mais de trinta Da ilha até Guapimirim
E quando o mar sobe o monturo Foi inchando de saudade do futuro
E canta agora em mim
Baía de Janeiro
Cadê Catalão, Sapucaia A ilha do Pinheiro
Cadê a praia grande
Na
enseada perdida
Estrela nascente e a serra dos órgãos de frente
Para nenhuma avenida Eu tô no mar do carnaval
Sob a passarela tem um grande litoral E quando o chão desmorona
O nosso estandarte vai cobrir e
emanjar Olha o seio do mar
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