Fui perguntar a um passarinhoComo é voar sem ter limiteComo é falar sem que alguém diteO que se tem para dizerFui perguntar ao rio que correComo é ser água sem medidaComo é que se constrói a vidaSe é no silêncio que se morreFui perguntar à minha genteSe o grito preso na gargantaNão os amarra e os ofendeA gente livre não é brandaCravos vermelhos nesta ruaNão são da guerra que é santaÉ para provar que a indita duraAté a flor da terra assandraAntes do 25 de AbrilExistia um só partidoUma só religiãoOs filmes, os livros e a música eram censuradosAs mulheres não se podiam divorciarNem viajar para fora do paísSem autorização do maridoOs homens podiam não autorizarQue as mulheres trabalhassem fora de casaO código penal permitia ao maridoMatar a mulher em flagrante adultérioVem avançado do rocioE acompanha a colunaGritando com os seus canais de vitóriaE batem as palmasVitória, vitória, vitória