Na cidade, ser artista Eu vou só sorrir dentro de um jacuzzi
Se de repente sai numa revista É esperar que o orelhão
Compre aquela ligação Confirmando a expulsão
Que te leva ao Japão com o teu pianista E antes que o sol desponte
Contemplando o horizonte Concedendo entrevistas
Aos outros artistas debaixo da ponte
Na cidade, ser artista É subir na cadeira
Engolindo o peixeiro e empolgar o turista
É beber formicida É cuspir labareda
E olha a praça lavando o chapéu Estufando de tanta moeda
É cair de joelhos É dar graças aos céus
Assim morre o turista O dinheiro, a peixeira, a cadeira e o chapéu
É comer um viado É vestir um farrado
É ficar à vontade É vagar pela noite
É ser um vagalungue É cantar uma guimba
É tomar uma pinga É pintar um tapume
É não ser quase nada É não ter documento
É que o rabo te pega Te dobra, te amar
Te joga lá dentro
É beber formicida É cuspir labareda
É cair de joelhos É cuspir labareda
É beber formicida É cantar uma guimba
É tomar uma pinga É pintar um tapume
É não ter quase nada É que o rabo te pega
Te dobra, te amar
É que o rabo te pega
É cair de joelhos É tomar uma pinga
É cair de joelhos
É cuspir labereda