Dizes que não gostas de mentiras,
que estás farta de conversas,
que és bem diferente das outras que me andam a rondar.
Dizes que és de outra colheita,
de uma casta apurada,
que teu sangue em pouco ferve,
basta-me para te olhar.
Temas que sou como os outros,
que não se aproveitam só,
de tão previsíveis serem, homens até te dão dó.
Dizes que não te mereço, mas não arredas teu pé,
ainda agora aqui cheguei,
olha,
voltava para o café.
Não me venhas com conversas,
outra vez a mesma fita,
não aguento a desdita,
és uma chata.
Basta tanta conversa barata,
não vale nem a piata,
deste cigarro que comes uma chata.
Dizes que não gostas de ilusões,
teus sonhos eram outros,
que estás farta dos serões,
a navegar na internet,
desejas um novo rumo,
já baixaste o salvo vidas e à força queres-me
falar-me no teu mar de frustrações.
Mas se eu sou igual aos outros, o que esperas
tu de mim?
Antes só quem companhia,
de quem se diz tão ruim.
Sou má vessa, eu bem sei,
e nunca te escondi,
mas também nunca te dei,
menos do que prometi.
Não me venhas com conversas,
outra vez a mesma fita,
não aguento a desdita,
és uma chata.
Basta tanta conversa barata,
não vale nem a piata,
deste cigarro que comes uma chata.
Não me venhas com conversas,
outra vez a mesma fita,
não aguento a desdita,
és uma chata.
Basta tanta conversa barata,
não vale nem a piata,
deste cigarro que comes uma chata.
És uma chata.
És uma chata.